6.11.15

De que é feito um salto?

Estar em cima de um cavalo durante um salto mal
executado não é nada bacana. 

Quem já praticou Hipismo sabe que o todo o treinamento de salto de um cavalo é bastante longo, cuidadoso e - o mais importante - contínuo. Afinal, nesse esporte, esse é o único obstáculo presente mas, acima de tudo, não é só o cavalo que sente o baque de um salto executado com a técnica errada.


No entanto, quando olhamos para o Agility, apesar do exercício ser fisicamente o mesmo, a existência dos outros obstáculos acaba ofuscando a necessidade de um treinamento de salto cuidadoso. Treino de condução? Sim. Treino de técnica de salto? Não muito.

Ao treinar a Wish para saltar, eu acabei me deparando muito com essa questão. Quando começamos a levantar os saltos (ainda na categoria midi), a Wish tinha um salto muito inconstante. Muitas vezes levava as barras no peito, muitas outras saltava bem mais alto ou bem mais longe que o necessário. Como ajudar um cão que não tem um talento natural a saltar mais eficientemente? O que é que estava faltando na performance dela ou no nosso treino que não a ajudava a fazer o obstáculo com facilidade? O que eu faço e por onde eu começo?

Ao ensinar um cão a saltar, geralmente nos preocupamos muito com a altura do obstáculo. Isso porque a altura acaba sendo o componente do exercício mais visível para nós, no entanto, não é o único, nem de longe o mais complexo.

Mas que outros componentes são esses?


Ao saltar, o cão tem que analisar diferentes elementos para produzir um salto com técnica adequada e da forma mais eficiente possível. Para isso, eles devem calcular:

- a distância entre um obstáculo e outro (e quantas passadas ele poderá dar nesse espaço)
- a distância ideal para iniciar o salto (take off spot ou "ponto de lançamento")
- o ângulo de elevação que ele deve produzir com o corpo para ultrapassar o obstáculo 
- a altura do salto per se
- a direção que deve ir após o obstáculo (que deve ser calculada antes)
- todas as outras informações que o condutor está passando (sejam elas úteis ou não)

E tudo isso, em centésimos de segundo, quinze vezes durante uma pista de agility.

Reparem o esforço físico e a dificuldade dos movimentos. Saltar eficientemente não é simples.
Nas fotos, Bi e To de Silvia Trkman.

Nos próximos posts, vou discutir um pouco o que constitui uma técnica adequada de salto e como podemos ajudar nossos cães a dominá-la.

2 comentários:

  1. Se quiser pessoas (e cães! hehe) dispostas a treinar fundamentos de saltos para notar as diferenças de antes/depois, eu e Lo estamos aqui! :)

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